CRÔNICA - As vantagens e desvantagens de ser uma Leitora de Cidade Pequena

 Quem já leu minha bio no blog, sabe que moro em Ubatuba, no litoral norte paulista.  Uma cidade pequena, porém muito charmosa e com praias paradisíacas.

Para muitos é um sonho morar no litoral (e realmente é incrível morar aqui) mas, para um leitor, isso pode ser uma chatice!

Esse post tem como objetivo ressaltar que apesar de alguns problemas, não existe desculpa para ser um leitor voraz. Vale lembrar que esse é meu ponto de vista, da autora do blog e, quero apenas mostrar um pouquinho de como “alimento” meu vício literário.

Quando comecei a ler, um pouco mais de dez anos atrás e ainda criança, aqui não existia livraria, tampouco era comum fazer compras pela internet.  Minha mãe então assinava os gibis da turma da Mônica, que foi a chave para esse mundo mágico da leitura. Depois, querendo ler um pouco mais, só me restava ler na escola. Sempre tive, além dos gibis, muitos livros em casa, daqueles cheios de figuras e com imagens em relevos, mas ainda assim queria mais. A biblioteca da escola era o único lugar que eu tinha para ler.  

Já na adolescência, eis que Harry Potter entra na minha vida.  Mas quem era Harry Potter numa cidade pequena? Só fui descobrir no cinema, quero dizer, na televisão, pois aqui também não tinha cinema.

Passei a ler os livros da série do meu amado bruxinho na escola, sempre pegava emprestado e me divertia viajando por Hogwarts, e foi assim todo o meu período escolar. Foi na biblioteca da escola que conheci desde “O Pequeno Príncipe” até Machado de Assis.

Indo para os dias de hoje, com tanta tecnologia, Qual a Desvantagem ainda existentes? 

VARIAS....

Sim, aqui tem uma livraria, uma única. Sim, ela atende as necessidades da cidade! Mas você ainda deve estar se perguntando qual o problema?

Pois bem, vamos lá... Mesmo tendo a livraria, aqui não tem incentivo a cultura literária, não existe nenhum tipo de evento que divulgue ou explore essa diversidade. A qualidade do Marketing da livraria é baixo, sempre fico babando em cartazes, pôsteres e organizações dos livros que vejo na internet, pois aqui nunca tem nada.  As vezes os lançamentos aparecem na vitrine da loja, afinal, é uma vitrine mas, isso não significa que você irá achar o livro tão fácil.

A falta de conhecimento das pessoas também é um outro problema. Sempre que vou nessa livraria (apesar de não parecer, lá é meu lugar favorito na cidade, sou a prefeita no foursquare) percebo que a maioria dos clientes, uns 90%, são Turistas.  Uma porcentagem alta, não acham?

Os preços por aqui não são nada amigos, o que faz a compra online lhe poupar de R$10 a R$20 por livro. Até mesmo em uma famosa loja de departamento, facilmente acho algum livro legal, mas desencanto assim que vejo o estado em que o livro se encontra; amassado, rasgado, com orelhas...

Pra fechar esse “mimimi reclamão” e ir para as vantagens, cito um último problema, que pra mim é o pior.

LONGE DE TUDOI  Acho que esse é o Grande X da questão.

 Aqui fica longe de todas as capitais. As mais próximas, como São Paulo e Rio de Janeiro,  exigem de você uma viagem de  ao menos 4 a 5 horas até seu destino final. Não é fácil se locomover para participar de uma Bienal, por exemplo.

Ok, já deu pra desanimar?

Realmente espero que não, pois nem tudo é tão ruim assim! Todo lado negativo tem o seu positivo.

É divertido poder conversar sobre seu livro favorito, mais legal ainda é poder apresentar ele a outras pessoas!
Em cidade pequena, é comum as pessoas conhecerem os livros mais populares, como A CULPA É DAS ESTRELAS e A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS. Mas quem não conhece? Se eu perguntar a alguém; Você já leu ou ouvir falar sobre EU ME CHAMO ANTONIO? Garanto, quase ninguém vai saber, mesmo ele sendo tão popular nas redes sociais.

Essa é a parte divertida de todas as dificuldades. Apresentar algo novo a alguém, compartilhar um pouco do seu conhecimento com as pessoas, levar a elas um pouquinho de cultura. Isso pode fazer o seu dia melhor e de outras pessoas também!

Um amigo me disse uma vez:

“A graça da vida está em conhecer o mundo das pessoas e apresentar o nosso a elas”

Sabe que ele tem toda a razão! Concordo com cada sabia palavrinha dele.

Acredito que a situação cultural da minha cidade não vai mudar, e que essa é a mesma situação de muitas outras mas, sei que em cada lugarzinho desse enorme país, sempre vai existir um coração apaixonado por livros.

Beijos.

Até mais! 

Eu me chamo Antônio – Pedro Gabriel – Intrínseca

Todos sabem que as redes sociais têm força. Prova disso é que elas podem transformar poemas de guardanapos em um livro.

É muito provável que você já tenha se deparado, em sua Timeline, com algum desses guardanapos assinado por Eu me chamo Antonio.

São graciosos versos escritos com letras bem desenhadas e, uma doce brincadeira de palavras que levaram mais de 650 mil pessoas a curtirem a página do Facebook de Antônio, ou melhor, Pedro Gabriel.

Seus poemas são rápidos, curtos e sempre muito românticos. O guardanapo finaliza a magia dos poemas dando um toque boêmio a eles. É como um bilhete escrito em um bar da Lapa por um homem muito apaixonado.  

O talento de Pedro Gabriel é visível a qualquer um, seus poemas são de apaixonar até os mais avessos a poesia.

Os guardanapos viraram livro publicado pela Intrínseca e, a editora está fazendo um incrível trabalho de divulgação, sempre oferecendo tardes de autógrafos com o autor, Pedro Gabriel, em diversos lugares do País  que infelizmente não pude ir a nenhuma.

"Poeme-se" ao menos uma vez no seu dia, deixe-o mais doce. Talvez Antônio possa te ajudar.

PEDRO GABRIEL: Nascido na capital da República do Chade, país localizado na região centro-norte da África, Pedro Antônio Gabriel Anhorn é filho de uma professora de História brasileira e de um suíço que tinha a ajuda humanitária como ofício. Educado em francês, chegou ao Brasil aos 12 anos de idade — e até os 13 anos não formulava uma frase correta em português. A partir da dificuldade na adaptação ao idioma, que lhe exigiu muita observação tanto dos sons quanto da grafia das palavras, Pedro desenvolveu talento e sensibilidade raros para brincar com as letras. Para seu livro de estreia, realizou uma curadoria que reduziu mais de mil criações para as cerca de 100 peças que habitam as 192 páginas da obra, sendo 90% inéditas. (FONTE: Intrínseca)

Bye.  

   

CONTOS DA BLOGUEIRA #1 - A Noiva

Olá, gente!!

Como vão de fim de semana? Espero que ótimos.

Hoje estou aqui com uma novidade que, pra mim, é especial! 

Estarei dividindo com vocês alguns mini contos que escrevo. São simples, não são grandes, mas escritos com carinho.

Ainda estará em fase de teste, quero ver a visualização e se será bem aceito. Se for, passará a ser post fixo de Fim de Semana. 

Espero que gostem. O conto escolhido de hoje é especial pois, apesar de eu não ser casada, fiz um homenagem aos meus pais!

Beijos.

A NOIVA

Ela estava linda a frente do espelho. Parecia uma princesa a espera do seu aclamado Final Feliz. Dona de uma delicada face, tão refinada como uma boneca de porcelana deslumbrante em seu vestido rendado de calda esvoaçante, nas mãos apenas luvas e um buque de rosas vermelhas, assim como desejará desde menina.

Sob olhos atentos de uma dedicada mãe, apreciava cada centímetro do tecido envolvido em seu corpo. Ainda embasbacada, tão pouco conseguia expressar sua felicidade. Ela estava lá, linda, pronta para subir ao altar com a pessoa que escolheu para lhe acompanhar nas felicidades e tristezas para o resto de sua vida, pronta para ser entregue a quem a fazia feliz, quem a fazia se sentir amada.

- Mãe?... – disse ela a procura daquela carinhosa mulher.

- Sim, querida.

- Como estou?

- Linda, uma princesa delicada. – mas a mãe teve de se calar para conter as lagrimas. A filha, por sua vez, colocou o buque sobre a cama e sinalizou para que suas damas se retirassem do quarto por alguns instantes. Assim que a porta foi fechada, ela se dirigiu aquela mãe, dando lhe um terno abraço.

- Mãe, Obrigada por estar aqui, por sempre ser estar ao meu lado, me dar forçar e educação para construir minha família.

- Você é feliz, olhe como está sorrindo. Não poderia ter escolhido alguém melhor para esse dia. Hoje entregarei para a vida a jóia mais rara que tenho. Sinto-me com a sensação de dever cumprido. Filha, eu e seu pai estamos orgulhosos, e tudo que mais desejamos é que seja feliz.

- Oh mãe...

- Mesmo que me doa um pouquinho te deixar partir, mas é a vida, e a sua só está começando.

Carinhosamente ela se aconchegava no colo de sua mãe, deitando a cabeça sob suas pernas e, cantarolando uma canção de ninar, sua voz ficava tremula, chorosa.

- Filha levante-se! Olhe só. – a mãe a acariciava seu rosto com as pontas dos dedos - Está borrando sua maquiagem. Vamos, vamos limpe isso, seu noivo já deve estar a sua espera, assim como seu pai de guarda da porta do Quarto. – sorriu a mãe.

- Oh, coitado, mande-o entrar.

Enquanto terminava de retocar a maquiagem, seu pai, que vestia um lindo terno azul marinho e uma gravata vermelha, entrava com uma caixinha na mão.

Assim que o viu passando pela porta, correu para seu braço dando-lhe um terno abraço.

- Minha filha, deixe-me ver como está – Disse ele pegando suas mãos e a girando – Veja querida, como está linda nossa menina nesse vestido. Lembra-me muito sua mãe quando nos casamos. Espero que tenha a mesma felicidade que tivemos, e que tenha filhos tão incríveis quanto os nossos.

- Pai, sou incrível porque o senhor é incrível, é meu herói e meu ídolo.

- Trouxe isso, espero que goste – Ele lhe estendeu suas mãos. Nelas tinha uma caixinha preta aveludada que, ao ser aberta, revelou um par de brincos e um colar de pérolas - Foi de sua mãe, ela usou no nosso casamento. Sempre as guardei para que você pudesse usar nessa mesma importância.

- Papai! – a bela noiva exclamou levando as mãos de encontro com as de seu pai - Mas são as pérolas da vovó. Eu não as mereço!

- Sim, são de sua avó! Ela presenteou sua mãe no dia do nosso casamento, no mesmo dia em que ela soube que você estava a caminho, então, ela pediu a sua mãe que passasse para a pequena criança esse mimo que foi cúmplice da felicidade dela, da nossa e, agora será da sua.

  Ele era um pai sábio, orgulhoso de seus ensinamentos e feliz por aquele dia.

  Os brincos ele entregou as mãos de sua filha e, o colar, teve a honra de colocar em seu pescoço. 

- Está ainda mais linda, achei que fosse impossível, mas olhe, eu estava enganado.  

Aquela noiva, delicadamente acariciava o rosto de seu pai que tentava manter-se firme, sem derrubar suas lagrimas. Porém ela o venceu, dando-lhe um forte abraço. A mãe por sua vez, enxugava as lágrimas daquele honroso pai, sendo puxada pela filha que a acolhia ao abraço.

- Eu te amo pai, eu te amo mãe!

- Nós a amos muito mais, querida!

- Vocês são as mulheres da minha vida, eu as amo muito! - Disse o pai que logo olhou o relógio e viu que estavam atrasados e finalizou aquele abraço

- Agora vamos, estamos atrasado, seu noivo é um ótimo rapaz! Torce para o time errado e é péssimo no tênis, também não sabe nada de corrida...

- Pai..

- Mas você não poderia ter escolhido ninguém melhor para ser como meu filho! – Sorriu o pai - Agora vamos.

Sobre risos e abraçados, os três saíram do quarto rumo a igreja. Na cama daquele quarto só restou um retrato junto a um terço. Era de uma senhora que já havia falecido, avó da noiva, que ensinara aquela família, que nada pode ser mais forte e mais honroso do que os valores familiares. E que nada é mais belo verdadeiro do que o Amor.

FIM

CONTO DE AUTORIA DA BLOGUEIRA, NÃO RETIRE OS CRÉDITOS.